Adoro fazer tapetes de arroiolos. Começou como um meio para ocupar as noites a ver televisão e descontrolou-se para um vicio extremo.
A tia Adelina teve a paciência de me ensinar como se faz. Comecei por um tapete pequeno, em ponto grande, para os lados da cama. É um bocado como fazer ponto de cruz mas em ponto grande. Nos tapetes de arroiolos o verso também tem que ser perfeito mas toda a acção ocorre da parte da frente. Os remates, o inicio de uma nova carreira, tudo é feito na frente do tapete.
Tal como já disse comecei com um tapete pequeno. A escolha das cores e dos tons foi feito com a tia Adelina. Segui os conselhos de quem sabe e o resultado foi incrível. O tapete tem passarinhos azuis e flores rosa num fundo bege. Fiquei tão rendida com o primeiro que como é obvio fiz o segundo para outro lado da cama.
Quando acabei este dois comecei logo a pensar em como seria o próximo. E decidi embarcar numa odisseia maior. Um tapete para o centro da sala. Porque não? É aumentar a fasquia pois este é mesmo bem grande.
Lá fui eu consultar a minha expert em tapetes e desta vez disse que queria um padrão que se repetisse. E a resposta foi rápida: "Porque não fazes um igual a este que tenho na sala de jantar?"
(tapete de casa da Tia Adelina)
Adorei o padrão. Era mesmo o que estava a procura! Mas resolvemos mudar as cores. Mantive o fundo azul e usei amarelo torrado, azul claro e bordeaux, para condizer com o meu cadeirão.
O meu tapete está em andamento. Infelizmente é uma arte que só consigo fazer no inverno pois ter um tapete em cima de mim como devem imaginar é muito muito quente. Ou seja, quando o calor chega, é tempo de dobrar e arrumar o tapete num canto. E no inverno passado, como a minha estadia em Itália esteve também arrumado a um canto.
Mas este inverno vinguei-me e aproveitei todos os momentos. A única diferença é que não o faço à noite (porque estou a trabalhar) mas consigo passar uma tarde inteira entretida com o tapete se na televisão estiver a dar um bom filme ou uma boa série.
(tapete em processo)
(para terem uma ideia de como vai ficar no centro da sala. Estou in love com o resultado!!)
Confesso que estou bastante orgulhosa deste meu vicio bom. Como qualquer vício tem os seus defeitos. O maior deles é os dedos. Quando trabalho muitas horas nele fico mesmo com dores nos dedos. E com as mãos secas. Mas são osso do ofício. Que contra-balançam com a felicidade de ver mais um bocadinho do meu tapete feito todos os dias.
Obrigada Tia Adelina por me ter apresentado a este vício! :)
E por aí? Há vícios manuais?
Kuka
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